Em um belo dia, em uma bela manhã, e em uma bela praça
(ta, não tão bela), eu feliz ia comprar meu pãozinho de cada dia. Mamãe
estava dormindo e me obrigou no meu primeiro dia de férias ir a uma padaria
pacata, que aliás era perto de uma praça não-pacata. Mas quem vai à praça de
manhã? Não sei, a última aparição minha na tal pracinha foi quando tinha belos
10 aninhos (ou menos). O destino colocou na minha frente um ex-rolo meu, que
não via há anos. E os anos fizeram muito
bem. O dito cujo estava mudado, transformado, arrumado (coisa que não era muito
freqüente), como dizem “cresceu e apareceu”. Nossa, que Deus Grego aquele
menino magrelinho se tornou. Demorou para cair a ficha de que ele vinha em
minha direção e não havia forma de fugir. Não fui a única surpreendida da
história, aposto que chamei atenção dele de cara com meu charme, cabelo
despenteado (nunca penteio, por qual razão faria isso agora?), moletom e uma
blusa velha de banda (com toque especial da traça na barra).
- Sophia? É você?
- Ah, hã? O que? É... eu mesma – acordei do desvaneio momentâneo
- Caramba, Como você mudou!
bom... continua sem pentear o cabelo e sair na rua de pijama, mas... linda como
sempre – Deu uma mexida básica, no cabelo fazendo um charme, conseqüentemente
aumentando minha cara de idiota
- Ah, brigada, acho. Você
também ta bem diferente, na verdade demorei a te reconhecer. Deve estar
arrasando as gatinhas também – tentei arrancar informações sobre possíveis
relacionamentos
- Ah, que isso. Na verdade
isso nunca foi meu forte. E você já ta namorando?
- Não, não. Uma vez alguém
me disse que teria que pedir permissão antes de isso acontecer.
- É verdade. Nossa que
memória.
- Sou uma pessoa de palavra.
No momento certo, vou te procurar.
- Mas eu não pretendo perder
contato de novo.
- É bom mesmo, RUM!
- Sua vez. – Peguei meu
querido pãozinho e voltei a praça, e à conversa
- Mas então você não me
disse o que te traz aqui.
- Bom, depois que meus pais
se separaram fui morar com meu pai, e agora vou passar um tempo com a minha
mãe. Sabe, estava muito afastado dela, com essa história de segundo casamento
então...
- Pois é, agora não é mais
filho único.
- É... bom, a rua ta
começando a encher e você ainda esta de pijama e pão na mão – Olhei ao redor e
já começavam os preparativos para o almoço
- Vou lá então. Promete que
não vai sumir de novo?
- Prometo. Na verdade minha
mãe já ia me levar pra sua casa à tarde.
- Tudo bem, beijo – me
despedi e fui
Paro em casa sem a mínima vontade de me arrumar, comer,
tomar banho, trocar de roupa. Essas coisas são chatas, minha vontade é de
passar o dia inteiro de pijama e não ter outra roupa. Enfim, fui para a aula de
violão, na volta os dois estão enfiados na minha humilde casa. Tinha me
esquecido de dizer o nome do bendito. Junior. Criativa a Tia Eva não? Junior é
igual bunda, todo mundo tem. Não que todos se chamem Junior, mas enfim vocês
entendem.
- Dona Sophia! Quanto tempo
menina, você me abandonou – Fez drama
- Que isso tia. Anteontem eu
fui à sua casa ver o Zé – mais um nome criativo – ele cresceu bastante heim.
- Não fuja do assunto, to
sabendo que você só me procura quando o Junior está aqui.
- Mas tia, eu fui... -
desisto
- Sophia já falou com o seu
primo? – mamãe desinformada
- Nós nos esbarramos na
padaria de manhã.
- Hmm, então que tal a
Sophia te mostrar a casa enquanto eu e sua mãe fofocamos?
- Por mim, beleza – então
levei a criança para um tour particular
- Então, quantos anos você
tem mesmo? Por acaso não lembro se temos a mesma idade –puxei assunto. 100%
animação
- Vou fazer 16, e você? Aé,
desculpa 3 aninhos HAHA – surtou coitado
- hã... não. Tenho 15 meu
bem. Ta – silêncio - tem orkut?
E assim passamos horas na Internet. Ele foi
embora e eu, fui dormir. Os esbarros na padaria se tornaram rotina, por meses. E
não nos desgrudamos mais. Quando estava na rua, pode ter certeza que ele estava
junto. Quando estava na Internet, pode ter certeza que estava me matando de rir
com ele no MSN. Tanto que minha mãe se irritou e tapou minha boca com fita.
Maluca.
Depois de anos sem nos ver, foi como quando nos
conhecemos. Ele deixou a impressão de ser meio retardado, mas com o tempo vi
que de retardado não tinha nada. Era tão inteligente e sabia tantos
instrumentos, que minha amiga autodidata, Alice, ficou com ciúmes. Acredita?
- Mas Alice, ele só disse
que podia me dar umas dicas sobre o violão!
- Já to vendo onde isso vai
parar. Começa com dicas aqui e ali, e depois já ta te ensinando teclado! Você
me enganou, me prometeu o teclado já que o violão você foi estudar com um
“profissional”. – fez drama
- Cara, calma. Prometo que o
proíbo de falar sobre instrumentos. Ok?
- Hmm. Quero ver – bico sem
tamanho
- AAAH, ta com ciúme! –
impliquei
- Não to nada, só não gosto,
que ele mal chegou e já veio cheio de intimidade.
- Vou fingir que acredito,
boba
DINDOOON! – fomos
interrompidas pela campainha
- Deve ser o Ju.
- JU? Quem é “Ju”? Aaaah, não! Fala
sério que já estão na fase de apelidos toscos, não me mata Sophia! – Rolou de
rir
- Alice, por favor
controle-se
- Talvez
- Oi, ju...nior – quase
descobriu o terrível apelido
- Oi, então é... não vai me
apresentar para sua amiga não?
- Claro que sim, é que...
DINDOOON! – interrompidos
outra vez pela campainha
[...]
#Estava totalmente sumida do blog, pois então voltei e com novidades. Devo dizer que quando quis fazer o blog a idéia era de puplicar um "livro". Há um ano atrás comecei a escrever histórias. Na verdade não gosto das histórias que escrevi então nesse tempo sem internet comecei a escrever outra, e escreverei outras. Bom, é isso. A primeira parte esta ai, depois coloco o resto. Beijos :*
Nossa ! Q super caraa ! ADOREI +_+ , ri muitoo. mal posso esperar pela part.2 \õ
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